quarta-feira, 12 de setembro de 2012

quero dizer

“Perdoa pela falta de jeito, eu estava preocupada demais com coisas sem sentido para percebê-lo de verdade, assim mesmo como você é. Mas quero dizer que você é meu príncipe, sem cavalo, sem chapéu, sem poções mágicas, sem escalar sacadas, sem beijos que salvam dos venenos. Com defeitos e medo, mas amado. Amado por ser somente quem você é.”

quarta-feira, 27 de junho de 2012

você sabe

São tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

aquele beijo...

Teus lábios vinham sorrindo em direção aos meus, meu coração batia cada vez mais forte, minhas mãos começaram a soar, e teus lábios de forma totalmente prazerosa e voluntaria chegaram até os meus, aquele beijo foi um simples ato que mudou minha vida para sempre. A partir daquele momento o meu eu só era completo se tivesse um pedacinho teu. Não sabia que um encontro entre dois lábios poderia conquistar um coração tão depressa. De uma forma tão intensa o encontro dos nossos lábios conseguiu preencher aquela expectativa que habitava meu coração, e conseguiu também transformar em vontade de viver toda aquela espera que em mim morava. Sim, foi naquele dia que eu vi que a vida tem lá muitas surpresas boas, e que minh’alma ainda poderia sentir muitas coisas bonitas.

quarta-feira, 21 de março de 2012

encontrar alguém.



Um dia você vai encontrar alguém que te lembre todos os dias que a vida é feita para ser vivida. Alguém que é perfeito de tão imperfeito. Alguém que não desista de você por maiores que sejam as dificuldades. Naquele dia que você não estiver procurando por ninguém, naquele dia que você não ia sair de casa e acabou colocando a primeira roupa que viu pela frente. Quando você não estiver procurando, você vai achar aquela pessoa que faz você sentir que pode parar de procurar. É sempre por acaso, que a gente conhece as melhores pessoas.
Se você tivesse chegado antes, eu poderia não notar. Se você tivesse chegado depois, talvez eu não teria esperado. Mas você chegou no momento certo, e vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas. Sim, eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado podemos ser felizes juntos. Encontrar o amor tem um pouco disso. A gente fica meio atordoado, dá uma sensação de paz e uma certa desconfiança. É um risco. Mas, eu pulo, se você me der a mão.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

tua falta...

Olhando a foto, foi quando eu descobri que tua ausência inda doía e o tempo que passou não me serviu como remédio. E a minha paciência foi inútil e todo desapego incompetente. Eu me desfiz de livros, cartas e bilhetes e me desmemoriei por algum tempo - quis tanto ter você, depois silêncio - mas nessa tarde estranha em que ensaio versos, só vem tua falta à tona… E eu desamarro um pranto que eu sei tão antigo - desculpa essas palavras com cara de choro - ainda há reticências.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

quanto pesa a vida?

Minha vida tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência, e a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros. E, talvez, até mesmo o tempo que deveria aliviar o peso, está pesando sobre mim.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

seja surpreendido.

Sempre que algo na nossa vida não sai como planejado nós ficamos tão decepcionados, que pestanejamos, esperneamos e queremos que seja concertado. É assim porque sempre esperamos mais do que nos é oferecido, criamos expectativas que não podem ser alcançadas, esperamos demais do outro sem pensar no que o outro quer de nós, e é essa nossa super-exigência que nos impede de ver que o que nos foi dado também é bom, também nos é ideal, se permitirmos que seja.
Um exemplo é o fato de pensamos ser amor uma história clichê, com flores e serenatas, como as que vemos em filmes. Mas quem foi que disse que existe um padrão para o amor? Quem foi que disse que se não for assim, ou assado, não vai ter felicidade? Quem inventou que pra ser para sempre tem que seguir a rota ao pé da letra? As vezes acontece de em uma esquina você encontrar seu amor, ou pode ser que ele sempre fez parte da sua vida e agora descobre que sempre o fará, ainda pode acontecer de ele ter indo e vindo, e agora querer ficar. Ninguém sabe quando, como ou porque o amor acontece. Só sabe que ele acontece. E não adianta programar quando, ou escolher quem por esse ou aquele motivo você quer amar. Simplesmente nos cabe permitir que sejamos felizes com o que já temos e surpreendidos pelo que nos é oferecido.
Antes eu planejava todo pequeno passo, querendo sempre controlar minha vida, agora apenas espero ser surpreendida a cada novo dia que chega.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

aprendendo a felicidade.

Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que cortei meu cabelo, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos, nem os filmes favoritos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia. E ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria, que me mostrou que viver é mais do que sobreviver.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

inacreditável e irreversível.

Tudo em mim se habituou a ele, o meu corpo, o meu coração, os meus olhos, o meu sono. E agora que ele estava saindo da minha realidade de uma forma irreversível era como se me arrancassem os membros, me sentia paralisada, perdida, sem saber para onde ir, assustada, ferida, sem sequer acreditar no que estava acontecendo.

alma de pássaro.

Ela gosta dele, ele gosta dela. Mas ele tem alma de pássaro, gosta de voar e não se sente preparado para pousar. Mesmo sabendo disso ela o ama. Ela entrega-se a esse amor. Sabe que um dia ele vai embora, mas quer aproveitar cada momento. E quando chegar o dia dele partir ela se sentirá perdida, sem rumo. Não importa. É, não importa o que digam, quando se ama acredita-se sempre que é possível, que um dia o mundo gira e as coisas passam a acontecer do jeito que sonhamos. Por isso ela insiste em esperar, em amar, porque ela acredita que no amor tudo seja possível e eterno.

sábado, 26 de novembro de 2011

recomeçar.

Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois hoje já é outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

cheia de memórias.

Eu ainda queria fazer parte da tua vida, do teu cotidiano. Ouvir você me contar como foi seu dia. Te abraçar, beijar, segurar sua mão. Tentar decifrar o que os teus olhos estão dizendo. Te criticar, irritar, ouvir você dizer o quanto eu sou complicada, e sorrir mesmo mal humorada por alguma coisa boba que você fez. Todas as noites eu sonho com você. Mas não posso ligar e contar como foi bom, ou como eu fiquei com medo. Não vou ser surpreendida com uma mensagem no meio do dia, aquela mensagem que alegrava cada pequena parte de mim. Choro ao ouvir as músicas que me lembram você. Quando assisto aquele filme sorrio com saudade, sentindo sua falta, sabendo que não vou ter você aqui comigo. Passo todos os dias pelo caminho que fazíamos juntos, e me torturo com lembranças que nunca voltarão. Ainda não descobri como tenho forças pra levantar e respirar todos os dias sabendo que quando nos encontrarmos você não vai nem tentar falar comigo. E mesmo quando conversamos nossas conversas não passam de três frases. Não tem mais as brincadeiras e as bobeiras que me faziam sorrir, não tem mais alegria. Não tem mais ‘nós’! Daqui pra frente somos ‘você’ ‘eu’ cada um numa estrada. Estou tão cheia de memórias que às vezes penso que elas sempre vão me perturbar. Ainda há muitas coisas por dizer, ainda preciso te ver e ouvir você dizer adeus. Entenda, eu não vou me conformar se terminar assim. Vai sempre faltar alguma coisa. Vai sempre haver essa falta de ponto final. Vai doer sem parar, sem remédio.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

a melhor das companhias.

Se estou muito quieta e recuso todos os convites para a sair e me divertir, não se incomodem, é a paz instalada no peito, e eu me fazendo a melhor das companhias. É claro que vasculhando tudo encontrei muitos fantasmas, mas, acreditem, existem muitas lembranças boas. Eu me lembro do que escrevi pra alguém que um dia estava passando por um momento semelhante: "Mãos vazias são ainda melhores para se colher flores". Interessante que quando estamos envolvidos no assunto parece bem mais complicado. Mas mesmo que tudo esteja acabado, sei que tive a maior sorte do mundo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

é dolorido, mas passa.

Dói. Não é dor física e não há remédio que cure. Ninguém está preparado para perder quem ama. Mas simplismente não podemos fazer nada, só temos que vê-lo partir. Não tem explicação, é uma imensa vontade de chorar, chorar e chorar pra aliviar tudo que está preso, você perde o chão, todas as lembranças vêem átona e essa pessoa não sai dos teus pensamentos e tudo que você quer é trazê-la de volta pra sua vida, de volta pra você. Você não sabe como conseguira seguir em frente porque você nunca imaginou sua vida sem ela e agora você tem que aprender a preencher esse vazio. E é nessas horas que incrivelmente você vê que é forte porque você acaba conseguindo sobreviver sem essa pessoa.
“É difícil, é complicado, é doloroso e faz parte da vida você perder quem ama e faz mais parte ainda você conseguir superar tudo isso”

é só medo.

Era medo, tive medo. Medo de ver você e perceber que o sentimento que pertencia a mim, já não pertencia mais. Medo de acontecer na troca do nosso olhar, um de nós notar que agora nada é tão profundo como antes. Medo de quando você pegasse na minha mão fria, sentir teu coração frio também. Medo de não me sentir nos teus braços, não ter mais o calor do teu abraço, e não ter mais olhos com as pupilas dilatadas enquanto a gente troca um sorriso. Medo do teu olhar confuso querendo se aproximar… medo, medo de você dizer que já não sou mais tudo aquilo que você um dia sonhou ter ao teu lado. Medo na hora do abraço antes de você ir embora. Medo da palavra embora, medo de não ter mais volta. Medo disso tudo ter fim, porque embora eu sinta medo, é só você que pode fazer esse medo partir.